23.1.09

A Doença da Memória

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O farol da Barra, agora, já noite, parece querer desenhar uma circunferência de luz em redor de si mesmo, mas o foco perde-se na noite infinita. A verdade é que tudo sem excepção se perderá na noite infinita; é uma questão de tempo. Caminhamos todos em direcção à escuridão, à escuridão sideral ou à simples escuridão do corpo, a qual é cada vez mais difícil de iluminar de prazer. Como um mar nocturno. À excepção talvez, de algumas praias de ternura, alheias, inocentes, às escarpas cruéis da nossa memória. Como seria bom, ao menos, o riso senil do esquecimento tão próximo da inocência que nos permitisse aceitar a decadência sem luta. Uma tarde soalheira debaixo da sombra maternal de um castanheiro sem idade e ao longe a família feliz no caleidoscópio do sol. Talvez então, sem remorso nem raiva aceitássemos a doce prepotência divina, como uma mentira piedosa.

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1 comentário:

Anónimo disse...

Como sempre, como tudo o que escreve, esta é mais uma descrição fantástica, que faz compreender a quem ficou, o que foi ter ido, o que foi ter sido, um dos que foram, dos que sentiram o medo, de matar e de morrer.

Jamais a guerra!

Um abraço, amigo Manuel Bastos

Felismina Costa