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A recruta foi feita, deram-me a categoria profissional de atirador de infantaria, e fui destacado para Tavira, para o velhinho quartel da Atalaia CISMI; aí reparei que além de outros rapazes da minha idade, havia um que estava a fazer justamente o mesmo percurso que eu, era o Camões, isso veio a confirmar-se porque dali fomos para Aveiro dar recruta, embora ele tenha ficado cá em cima no R.I.10 e eu lá para baixo para o 5 onde não havia chicalhada, e por isso mesmo, andávamos mais á vontade.
Foi ali, numa tarde de um belo dia de sol que tive conhecimento que estava mobilizado para o ultramar, para província de Moçambique. Um dia de sol que nesse momento ficou negro, mais negro que o negro do luto.
E foi nesse instante também que pensei: - Bem, deve ser melhor que ir para Angola ou Guiné, porque não se fala tanto. Mal eu sabia o que me esperava.
Após a instrução, e com a ordem do dia cá fora, fui procurar os outros companheiros para saber qual a situação deles, que não era melhor que a minha, pois estávamos todos mobilizados para as províncias ultramarinas. E mais uma vez o Camões iria fazer o mesmo percurso que eu pois íamos apresentar-nos no mesmo quartel em Penafiel, com destino a Moçambique, pertencendo ao mesmo batalhão, embora não à mesma companhia.
Mais tarde fomos para Viana do Castelo, ou seja para o velhinho quartel da Barra, e foi o que se passou aí que deu origem a esta minha recordação e a este texto.
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(c) José Caseiro
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