24.6.07

O Tiro

Ler o texto completo no jornal Elo da ADFA ou aqui.
[...]
Há uma grande confusão quanto aos conceitos de cobardia e de coragem. Normalmente as instituições militares invertem esses conceitos e rotulam de corajosa uma típica acção instintiva de medo, dado que um soldado, que face ao perigo mantenha a serenidade e se abstenha de matar primeiro o inimigo, é um elemento perigoso para si mesmo e para os seus pares, justamente porque o medo dos inimigos é que os torna a eles verdadeiramente perigosos também.
Foi o medo que fez Ricardo manter o olhar fixo no olhar do rosto por detrás da folhagem, sem vacilar; o medo, que aumentou a produção de adrenalina; o medo, que estimulou o coração; o medo, que elevou o nível de açúcar no sangue; o medo, que escolheu criteriosamente que músculos contrair e que músculos relaxar; o medo, que fez as mãos erguerem, nessa ínfima fracção de tempo, a sua Heckler & Koch Gewehr 3; G3 para os amigos.
A mão esquerda, que a pegou pelo guarda-mão de baclite, e a direita, que já a segurava pelo punho, ergueram a arma, apontando-a àqueles olhos de íris negras e brilhantes por entre a folhagem.
À segunda batida do seu coração já o corpo de Ricardo estava ligeiramente curvado para a direita para se estabilizar na nova posição a que a arma erguida obrigava; mas nem assim os seus olhos se afastaram, pupila com pupila, dos olhos negros por detrás das folhas.
[...]
Ler o texto completo no jornal Elo da ADFA ou aqui.

2 comentários:

Sangue...Suor e Lágrimas disse...

Grande abraço, caro Amigo!continuo a ler com mt interesse tudo o que publica!

Sangue...Suor e Lágrimas disse...

Grande abraço, caro Amigo!Continuo a ler com mt interesse tudo o que publica!