26.6.11

Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial


Organizada por
Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi
Publicada pelas Edições Afrontamento

Enquadramento da obra
Entre 1961-1974 Portugal manteve com as suas então colónias de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau uma guerra, mobilizando perto de um milhão de homens e tocando praticamente todas as famílias portuguesas. A experiência da participação portuguesa neste evento de indefinida colocação historiográfica, quer pela denegação que oficialmente o caracterizou, quer pela radical reformulação geopolítica do país que a partir dele se engendrou com a descolonização, tornou este acontecimento um dos mais complexos, mas também um dos mais trágicos eventos da contemporaneidade portuguesa.

A experiência colectiva e individual da participação dos portugueses neste evento teve, e continua a ter, o seu registo de expressão narrativa e crítica, e o seu registo estético nas mais variadas formas de arte – da pintura e escultura à narrativa, do cinema ao teatro, da música à poesia. Foi sem dúvida na literatura que este registo de reelaboração colectiva e individual do evento se tornou mais marcante, dando origem a cerca de uma centena de romances e a milhares de poemas. Esta poesia, de autores directa ou indirectamente envolvidos na guerra, e elaborada, ou no momento da vivência do evento bélico, ou em seguida, enquanto espaço de memória e de elaboração pós-traumática, foi objecto de estudo do projecto Poesia da Guerra Colonial: “ontologia” de um eu estilhaçado, que decorreu nos últimos anos no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, sob orientaçao científica dos dois organizadores da presente antologia e o financiamento da Fundação da Ciência e Tecnologia. A Antologia da Memória Poética da Guerra Colonial é o resultado visível deste projecto, reunindo mais de centenas de poemas de cento e oitenta poetas.
... incluindo o autor deste blog, com dois poemas: O Cacimbo e Nunca Voltarei a Mueda

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