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Para poder rastejar à vontade sobre a relva eu deixara a prótese e a canadiana equilibradas uma na outra, talvez inspirado no método que usávamos na tropa para pôr as armas de cano para cima num feixe em pirâmide a que chamávamos pitorescamente "ensarilhar armas". Não sei qual das duas coisas mais interessava aos alemães que já constituíam um público considerável nas janelas do hospital, cracanholos para os portugueses; se o ensarilhar armas da minha prótese com a canadiana se a figura altamente suspeita, deitada sobre a relva, de pijama e de máquina fotográfica em punho, apontada para coisa nenhuma, à espera que os coelhos saíssem da toca.
Enquanto a minha teimosia em não pôr o pé para baixo aumentava a indignação da menina dos olhos negros ali à minha frente; a minha teimosia em fotografar os coelhos aumentava o assombro dos alemães, na minha memória.
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