18.5.13

A Raiva




Afastei-a de mim há anos
quando ma deram como missão

Sabia que ela não habitava na luz dos teus olhos
e por isso te amei

Sei que ela não está na cinza do luar
e por isso habito a noite

Adivinho que não resiste à paz do silêncio
e por isso não temo a morte

Então porque sinto o martelo de um punho no peito
e a lâmina indentada de um grito?
Como se pela frincha
da falsificabilidade das palavras
a sombra criminosa de uma mão
me roubasse
o teu olhar
o silêncio da noite
e a própria pátria já moribunda
a incitar de novo em mim
a raiva