9.1.06

FIM

Não tive tempo de me despedir de África. Ao menos do perfume refrescante da madrugada; ao menos das picadas que dividiam o mundo em duas partes, de nós até ao infinito; ao menos do som omnipresente da floresta, aquele som grave que se ouve no intervalo do canto dos animais, talvez a terra a respirar, talvez a voz da própria floresta, a que nós por displicência costumamos chamar silêncio.

Quem me contou isto, ou que sonho sonhei em que tudo se passou?
Às vezes dou por mim, do cimo de uma vida vivida, olhando o poço fundo do tempo com uma vertigem. Dou por mim a escrever coisas sobre a guerra colonial como se quisesse trazer de volta a magia de África que, quem sabe, só existe na minha memória. Ou simplesmente como se quisesse preservar o que de África ainda resta em mim.

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